segunda-feira, 9 de maio de 2011

Últimas tecnologias da linha amarela






Imagine você dentro de um carro desgovernado. O motorista do veículo simplesmente sumiu da direção e não tem ninguém no controle. Ninguém quer passar por uma situação como essa, não é? E você já pensou na possibilidade de andar em um metrô que vai de uma estação à outra sozinho, sem a interferência dos tradicionais operadores de trens? Bom, em São Paulo isso já existe, e ao contrário de um carro sem o condutor, o transporte dos passageiros é realizado em total segurança!

"No início de cada dia é montada uma tabela horário e um conjunto de missões. Então é dito para os trens: olha, vocês têm que cumprir o trajeto Faria Lima até a Paulista nesses horários. E a partir daí o sistema é totalmente automático, então ele vai regulando de tal maneira que esses horários sejam, da melhor maneira possível e disponível, respeitados. Porque imagine que o usuário pode, por alguma razão, ficar bloqueando as portas, então a tabela horária não vai ser cumprida. Então o sistema automaticamente regulando para que depois de um tempo essa perturbação seja corrigida". explica o diretor Presidente da ViaQuatro, Luis Valença.

É a partir desta central de controle que todas as ações relacionadas aos trens são tomadas. Esse funcionário é o responsável por monitorar o status e parâmetros da operação. Ele não pode desgrudar o olho da tela do computador e desse painel gigante. Tá vendo esses dois bloquinhos em movimento? Eles representam os dois trens percorrendo o caminho entre as estações. Mas... nem toda a tecnologia pode dar conta de todos os imprevistos... Você deve estar curioso para saber o que acontece se houver uma pane, não é? Aí não tem jeito, a solução é recorrer ao modo tradicional mesmo.

"O sistema tem um controle manual, então ele tem lá um pequeno painel de controle que o operador, na forma tradicional, consegue assumir o controle do trem e levar os passageiros até a próxima estação, e ali fazer o desembarque", esclarece Valença.

Todas as informações geradas pela central de controle são emitidas por antenas como esta aqui, que ficam espalhadas ao longo do caminho percorrido pelo trem. Os vagões, agora, não possuem mais aquelas divisórias entre um e outro. Dessa forma, é possível percorrer o trem de uma ponta à outra. A segurança dos passageiros também é maior: são quatro câmeras, duas internas e outras duas externas em cada vagão, monitorando tudo.

O sistema sem condutores foi baseado no modelo utilizado pela França. O metrô de Paris conta com esse tipo de transporte há cerca de 10 anos. Os trens que circulam em São Paulo são fabricados na Coreia do Sul e, claro, são mais atualizados do que os franceses. Os novos trens atingem velocidade máxima de 80km/h, e cada um ficará 90 segundos atrás do que está à frente – para agilizar, esse tempo ainda pode cair para 75 segundos. A tecnologia da nova linha é tão grande, que a distância percorrida por cada trem é medida a partir da quantidade de giros das rodas.

Ainda não está em funcionamento, mas a Linha Amarela também permitirá que os usuários utilizem seus celulares dentro dos trens para serviço de voz e dados. A concessionária, no entanto, ainda está negociando acordos com as operadoras de telefonia móvel. Sinal de internet Wi-Fi também é um dos projetos, mas ainda não há expectativa para implementação do serviço.

Por enquanto, apenas duas estações da Linha Amarela foram inauguradas. Até 2012, o trecho receberá outros quatro terminais, contando com a circulação de 29 desses novos trens. Em 2011, São Paulo chegará a 78 quilômetros de trilhos de metrô. O transporte por baixo da terra vai melhorar, mas ainda pode ser considerado tímido se comparado com Londres, que tem 408 quilômetros construídos, e Nova York, com 368 quilômetros.
(fonte OLHAR DIGITAL-FOTOS VERA MEDRADO)

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